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O que devemos saber sobre o tratamento e vacinas candidatas para COVID-19


Tratamento 
 
Em tempos de pandemia, paralelamente aos efeitos devastadores do novo coronavírus (Sars-Cov-2) causador do Covid-19, um dos efeitos adversos positivos foi, sem dúvida alguma, a valorização da medicina baseada em evidência, mantra da ciência do século XXI. Centenas de artigos emergem a cada dia, fornecendo sólidas evidências para a interpretação e avaliação da sensibilidade e especificidade dos testes diagnósticos, bem como o manejo clínico dos pacientes com Covid-19.
 
A respeito da disponibilidade de inúmeras publicações com alto rigor científico, infelizmente o que temos assistido é uma corrida injusta contra a ciência, na qual frequentemente condutas terapêuticas inadequadas são adotadas na contramão das boas práticas médicas. Apesar da rapidez na produção de conhecimento na busca de uma medicação para prevenção e tratamento contra o Covid-19, não há até a presente data (Agosto de 2020) nenhuma medicação terapêutica efetiva contra este vírus. Mais de 200 drogas estão em pesquisa clínica, mas até agora, apenas uma, o Remdesivir, tem se mostrado promissora no tratamento do Covid-19. Este medicamento antiviral está indicado para pacientes com doença grave e que necessitem de oxigênio suplementar, mas apresenta efeitos colaterais importantes, e ainda não está disponível no Brasil. 
 
Em pleno ano 2020, tornou-se imperativo a desinformação na era da informação. Muito tempo e energia tem sido dispendido no combate a fake news durante a pandemia de Covid-19. Leigos e mesmo profissionais de saúde, baseando-se em “pseudociência”, vem disseminando notícias falsas, fantasiosas e até mesmo sensacionalistas em veículos de mídia e redes sociais, sobre vários medicamentos e substâncias contra o Covid-19, que até o momento não têm mostrado nenhuma eficácia na prevenção e tratamento da doença, além de serem potencialmente danosos à saúde.
 
Vacinas – a esperança
 
Desta forma, as vacinas despontam como uma esperança plausível. Em tempo recorde, temos assistido o desenvolvimento de várias candidatas a vacinas, que talvez sejam a única solução global para a luta contra a pandemia por Covid-19. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente há mais de 150 vacinas candidatas em desenvolvimento; destas, 27 já estão em fase de testes clínicos, das quais cinco em Fase 3, o estágio mais avançado e importante de um estudo, eo responsável por subsidiar as agências regulatórias – ANVISA no caso do Brasil – para aprovação e liberação das vacinas para uso em larga escala na população. Neste estágio, milhares de indivíduos voluntários são testados para se avaliar a proteção que a vacina oferece frente à exposição ao vírus circulante na comunidade, e a segurança da vacina (eventuais reações adversas que podem ocorrer após a aplicação). Três destas vacinas já estão sendo testadas no Brasil, e uma quarta companhia farmacêutica deve iniciar seus testes no país a partir de agosto deste ano.
 
De forma otimista, espera-se que até o final de 2020 tenhamos resultados parciais da uma ou mais vacinas candidatas sobre a segurança e a proteção clínica (eficácia) contra o Covid-19, para que, em caráter emergencial, possam ser utilizadas no Brasil e em outros países. Inicialmente, receberiam a vacina pessoas mais expostas, como profissionais de saúde e outros grupos de risco. Até meados de 2021, espera-se que o resultado final da eficácia das potenciais vacinas candidatas esteja disponível e que tenhamos doses suficientes para distribuição a todos os países do mundo, na dependência da capacidade de produção dos laboratórios fabricantes.A OMS e as organizações internacionais, engajadas na luta contra o Covid-19, estão em pleno movimento para que haja garantia de rápido, justo e equitativo acesso às vacinas contra o Covid-19, com distribuição irrestrita a países ricos e pobres, independente do poder político, econômico e de pressões de diferentes setores. Por ora, a melhor proteção contra o Covid-19 não está nos laboratórios e sim na ciência do comportamento: uso de máscara, higienização frequente das mãos e distanciamento social.

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