A infecção pela COVID-19 em grávidas pode ser uma séria doença com risco maior de complicações, comparado com mulheres não grávidas. Não há nenhuma evidência até os dias atuais de que a infecção por COVID-19 ou vacinas, tenham causado anomalias de desenvolvimento fetal, havendo relatos apenas de prematuridade.
Desta forma, seria importante que as mulheres que desejam engravidar, vacinassem antes de engravidarem.
As grandes pesquisas clinicas realizadas até hoje, que mostraram que as vacinas COVID-19 são seguras e eficazes não incluíram mulheres grávidas. Isto significa que são limitadas as informações sobre os efeitos da vacinação COVID-19 na gravidez.
Estudos em animais com a vacina da Pfizer-BioNTech e AstraZeneca, não observaram nenhum efeito adverso sobre fertilidade, desenvolvimento fetal ou danos pós natal. Estes dados preliminares conduzidos animais, ainda não definitivos, são encorajadores e sugerem fortemente que estas vacinas podem ser seguras em mulheres grávidas.
Em uma pesquisa no Reino Unido, um número muito pequeno de mulheres engravidou depois de receber uma das vacinas disponíveis. Não houve nesta pesquisa, nenhuma preocupação com relação a complicações, mas o número de pessoas neste estudo, foi muito pequeno para assegurar ausência de possíveis danos fetais.
Dados robustos do chamado mundo real dos Estados Unidos - onde mais 100.000 mulheres grávidas foram vacinadas principalmente com vacinas de RNA mensageiro, como a da Pfizer/BioNTech e da Moderna - não levantaram quaisquer preocupações de segurança.
Por outro lado, como as vacinas COVID-19 não foram testadas em mulheres grávidas em pesquisa apropriada, não podemos dizer com certeza se elas também funcionarão tão bem em mulheres grávidas quanto em outros adultos.
No entanto, não há razão plausível para se pensar que as vacinas não protegerão efetivamente as mulheres grávidas contra COVID-19 e que terão efeitos colaterais diferentes das mulheres não grávidas.
Em mulheres não grávidas, as vacinas contra COVID-19 são conhecidas por terem efeitos colaterais leves e de curta duração, como febre ou dores musculares que duram um ou dois dias.
Mais recentemente, houve relatos de coágulos sanguíneos, após a vacinação com a vacina da AztraZeneca na União Europeia e Reino Unido e com a vacina da Johnson & Johnson’s Janssen nestes países e Estados Unidos.
No Reino Unido, país que aplicou o maior número de doses da vacina da AstraZeneca (20 milhões de doses até março de 2021), houve 79 notificações de trombose, o que significa que ocorreu 1 caso para 250.000 pessoas vacinadas.
Nos EUA fenômeno semelhante ocorreu com a vacina da Janssen, onde em mais de 7 milhões de doses aplicadas, ocorreu 8 casos de trombose, significando um caso para 1 milhão de vacinados.
Caso seja comprovada relação causa- efeito, deduz-se que o risco de efeitos adversos é extremamente baixo, incluindo gestantes, e que o benefício destas vacinas é infinitamente maior do que este raro evento (trombose).
Sobre a lactação não há até o momento dados que avaliaram os efeitos das vacinas sobre o recém-nascido considerando produção e excreção do leite materno. Entretanto relatos recentes mostram que o leite materno de mães vacinadas com as vacinas RNAm (Pfizer e Moderna) têm anticorpos contra COVID-19 que poderiam proteger os recém-nascidos.
Estas observações tem embasado a recomendação de não interromper o aleitamento pois não há nenhum mecanismo plausível pelos quais qualquer ingrediente contido na vacina pudesse passar do leite materno para o recém-nascido.
EM RESUMO:
Considerando que a gravidez apresenta risco aumentado de desenvolver infecção mais grave por COVID-19, mesmo que os dados atuais disponíveis sobre segurança das vacinas sejam limitados, as agências reguladoras de vários países, recomendam que as grávidas deveriam ser vacinadas com qualquer uma das vacinas disponíveis, em qualquer trimestre da gravidez, bem como oferecer a amamentação aos seus recém nascidos.
Sugerem, ainda, que a decisão de se vacinar, deveria se tomada pela grávida em acordo com seu médico assistente.
Vale lembrar que estas informações poderão ser revistas a qualquer momento, em consequência de novos conhecimentos, que certamente virão.
E vieram, pois o Ministério da Saúde acaba de anunciar (11/05/21), que a vacinação de grávidas e de puérperas no Brasil contra a COVID-19 sofrerá uma pausa e estará indicada apenas às mulheres com comorbidades (doenças pré-existentes) e elas devem receber apenas as vacinas CoronaVac e Pfizer.
A determinação vale até que sejam concluídas as análises de um caso raro de morte de uma gestante de 35 anos do Rio de Janeiro, que apresentou acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC) que pode ter nexo causal com o uso da vacina.
Entretanto, uma uma das hipóteses aventadas, é que este evento ocorreu não porque esta mulher estivesse grávida, mas porque caiu dentro da estatística deste evento adverso de um caso de trombose para 250.000 vacinados, independente da gravidez.
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